Descanse em Paz

Descanse em Paz
por Lilith

quando tudo dói, o mundo cala,
e a alma chora atrás do olhar…
mas mesmo a dor mais funda embala
quem se permite repousar.

no quarto escuro da tristeza,
onde os suspiros viram véu,
há uma centelha de beleza
caindo lenta do céu.


Este poema nasceu numa daquelas noites em que a dor parece ocupar todos os espaços vazios da alma. Lilith, a voz que sussurra através das páginas do Grimório, encontrou nestas palavras uma forma de transformar o sofrimento em algo que, paradoxalmente, oferece conforto.

A ideia de que “mesmo a dor mais funda embala” pode parecer contraditória, mas há uma verdade profunda nesta aparente contradição. Quando paramos de lutar contra a dor e permitimos que ela simplesmente exista, descobrimos que até mesmo o sofrimento pode ter uma qualidade maternal, envolvente.

O “quarto escuro da tristeza” não é um lugar de onde devemos fugir desesperadamente. É um espaço sagrado onde podemos nos permitir sentir completamente, onde os “suspiros viram véu” — uma imagem que sugere tanto proteção quanto mistério.

E então, no meio da escuridão mais profunda, surge “uma centelha de beleza caindo lenta do céu”. Esta imagem final oferece esperança sem negar a realidade da dor. A beleza não elimina a tristeza; ela coexiste com ela, descendo suavemente como uma bênção inesperada.

“A verdadeira cura não vem da ausência da dor, mas da nossa capacidade de encontrar beleza mesmo nos momentos mais sombrios.”

Este poema faz parte do universo do Grimório de Lilith, onde cada palavra é escolhida como um ritual de transformação. Se estas palavras ressoaram com você, convido-o a explorar mais desta jornada através das sombras e da luz.


— Soneca